Porque Falham as Nações? As origens do poder, da prosperidade e da pobreza
De Daron Acemoglu e James Robinson.


Ao jantar:
S: Ando a ler "Porque Falham as Nações", que o Mário Azevedo me emprestou.
Ainda estou a começar, mas os autores já refutaram algumas ideias que tinha sobre o assunto.
Lembras-te há dias, quando estávamos a almoçar com a malta da empresa, e eu disse que a latitude está provavelmente correlacionada com a produtividade do país, porque quanto mais perto da linha do Equador, menor a produtividade (talvez porque ninguém tem vontade de ficar a trabalhar até tarde, se pode usufruir da vida numa esplanada, com os amigos)? Pois, essa teoria foi à vida bem rapidinho. Assim como outras que tinha.
Ainda estou a começar, mas já dá para depreender que os autores defendem que as Nações bem-sucedidas devem esse sucesso à presença de uma pirâmide de instituições responsáveis por proteger os cidadãos, garantir as suas liberdades e direitos, e fomentar o progresso, concorrência e mercado livre. Tribunais, parlamento, escolas, hospitais, entidades reguladoras, etc.
Sem essas instituições, ou quando essas entidades são fantoches manipulados por quem tem o Poder, ou o país permanece na cauda do desenvolvimento, ou evolui muito rapidamente, e depois implode, como um corpo que se desenvolve, mas sem esqueleto não tem sustentação, e cai.
Olha o caso da Argentina, que cresceu a um ritmo rápido durante 5 décadas, até 1920, tornando-se um dos países mais ricos do mundo, mas depois verificou um longo abrandamento da sua economia.
Ou a União Soviética, que cresceu ainda mais rapidamente entre 1930 e 1970, mas depois colapsou.
Ou, mais recentemente: quando eu trabalhava em Lisboa, circa 2001/2002, fiquei surpreso com a quantidade de brasileiros a trabalhar em todo o lado. E, passado uns anos, era difícil encontrar um brasileiro porque "as coisas por lá estão melhores, há trabalho, há dinheiro, vou voltar". E depois houve Lula, Dilma, Temer, corrupção, processos, e agora estamos cheios de brasileiros em Portugal, novamente.
M: Giro, talvez possamos extrapolar algumas lições para a empresa.
Duas horas depois, passo pelo quarto enquanto a mamã tenta a adormecer a B:
B: Storia. Storia!
M: Hmm ?
S: Ela quer que lhe contes uma história, para adormecer.
M: Ah, ok, vamos lá então:
B: (Muito atenta)
M: Era uma vez um país muuuito grande, chamado Argentina. E esse país crescia muito. Sempre a crescer, a crescer.. até que... implodiu! 🙂
S: (Tive que sair do quarto, para o riso não espalhar o sono à pequena)
É assim mesmo B, fadas e princesas servem é para trabalhar, daqui a 1 ano alugas as tuas bonecas para as outras meninas brincarem. 😉