Wes Kao sobre a diferença entre percepções, sugestões e asserções.
Percepções não faltam por aí, e pouco ou nada valem. Sugestões não implicam responsabilidade. Asserções são o reino dos profissionais que sabem navegar entre a ambiguidade e o pensamento rigoroso.
De todas as substacks que recomendo, a
, com magníficos artigos semanais sobre gestão, liderança e alto desempenho, é a mais “complicada” para mim. O motivo é simples:O meu maior vício é sorver novo conhecimento nas áreas que me interessam, e, como todos os vícios, tenho dificuldade em controlá-lo.
Facilmente poderia passar meses a ler e a investigar os temas e as estratégias que a Wes aborda. E as responsabilidades profissionais e familiares não mo permitem, pelo que… tenho que ter calma! ;)
A publicação desta semana explica a diferença entre “percepções”, “sugestões” e “asserções”1, e o motivo porque os profissionais com alto desempenho fazem as últimas.
Destaco-a aqui, também, porque referencia outra publicação interessante sobre pensamento rigoroso. A assertividade, responsabilidade, iniciativa, planeamento, autonomia e diligência são precisamente algumas das características dos profissionais com alto desempenho (“A-players”), aquele tipo de profissionais que pensam por eles próprios e não fazem apenas o que a chefia lhes pede para fazer, mas essa iniciativa só é viável se sujeita a um pensamento rigoroso.
Algum do (muito) sumo da laranja:
“Ao apontar uma percepção (insight), você chama a atenção para uma observação, algo que notou e quer comentar. Em resposta, o seu colega poderia dizer: ‘Hmm, interessante. É bom saber.’ Ele continua com o dia dele. Você continua com o seu. Nada muda.
Quando faz uma sugestão, você avança com uma recomendação. Propõe algumas opções diferentes para escolha. Mas você ainda não é responsável, porque o seu chefe é quem decide o que fazer. E quem decide carrega o peso emocional dessa decisão.
Quando faz uma asserção, de repente as coisas tornam-se reais. Você é responsável porque há mais de si naquilo que afirma. Agora está defender o seu ponto de vista e a tentar convencer os outros a apoiá-lo.“ (…)
(…) Eis uma estrutura simples para criar asserções:
“Baseado na minha percepção de X, acredito que Y é verdade. Para darmos o passo seguinte, tendo em consideração X e Y, creio que devemos fazer Z. Creio que funcionará porque A e B. Se não funcionar, há o risco de acontecer C, e resolverei isso ao fazer D.”
Está a dizer: “Estou disposto a olhar-te nos olhos e lutar para que esta ideia se torne real. Fiz um pensamento rigoroso sobre como isto iria funcionar. E assumirei a responsabilidade se correr mal.”
(…)
Percepções não faltam por aí, e pouco ou nada valem. Sugestões são um pouco melhores, mas não implicam responsabilidade. Asserções são o reino dos profissionais que sabem navegar entre a ambiguidade e o pensamento rigoroso.”
Leiam a publicação integral, e se gostarem, subscrevam. Recomendo vivamente!